Novembro chegou, e com ele a campanha Novembro Azul, que tem como objetivo conscientizar sobre a importância da prevenção e do combate ao câncer de próstata. Aqui no Refúgio Brasil, uma organização que atua na ajuda humanitária a refugiados e famílias repatriadas, entendemos a importância de cuidar da saúde em todas as fases da vida e em qualquer situação. Queremos aproveitar este mês para reforçar que, independente da cultura, religião ou país de origem, a saúde deve ser uma prioridade para todos. E isso inclui, claro, a prevenção do câncer de próstata.
O que é a próstata?
A próstata é uma glândula presente apenas nos homens, localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, envolvendo a parte superior da uretra (canal por onde passa a urina). A próstata não é responsável pela ereção nem pelo orgasmo. Sua função é produzir um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides. Em homens jovens, a próstata possui o tamanho de uma ameixa, mas seu tamanho aumenta com o avançar da idade.
Entendendo o Câncer de Próstata
O que é câncer de próstata?
Câncer de próstata é o tumor que afeta a próstata, glândula localizada abaixo da bexiga e que envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O câncer de próstata é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto.
É uma doença que, se detectada precocemente, tem grandes chances de cura, mas ainda enfrenta muitos estigmas e desinformação. Como refugiados e migrantes muitas vezes vêm de realidades onde o acesso à informação e ao tratamento médico pode ser limitado, é fundamental trazer essa conscientização para perto de todos.
A idade: é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos.
Histórico de câncer na família: homens cujo o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco.
Sobrepeso e obesidade: aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
Os fumantes têm um risco aumentado de morte por câncer de próstata, ou seja, aqueles que desenvolvem a doença têm um prognóstico significativamente pior.
Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
Sinais e Sintomas do Câncer de Próstata
No estágio inicial, o câncer de próstata pode evoluir de forma silenciosa, sem apresentar sintomas específicos. Quando ocorrem sinais, os mais comuns incluem:
dificuldade para urinar;
demora para iniciar ou finalizar a urina;
presença de sangue na urina;
fluxo urinário reduzido;
necessidade de urinar com maior frequência, inclusive à noite.
Na fase avançada, o câncer de próstata pode causar dores nos ossos, sintomas urinários mais graves e, em casos críticos, levar a infecções generalizadas ou até insuficiência renal.
Se algum desses sintomas se manifestar, é essencial procurar atendimento médico para realizar os exames recomendados e receber o diagnóstico correto.
Outras Condições Relacionadas
É importante lembrar que esses sintomas podem ocorrer também devido a problemas benignos da próstata, como:
Hiperplasia benigna da próstata: um aumento natural da próstata, comum em homens acima dos 50 anos;
Prostatite: inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.
Diante de sinais e sintomas suspeitos, realizar exames específicos é fundamental para descartar ou confirmar o câncer de próstata e, assim, seguir o tratamento adequado.
A recomendação geral é que homens a partir dos 40 anos realizem exames de rotina para detectar possíveis alterações na próstata. Para quem possui histórico familiar de câncer de próstata ou pertence ao grupo de risco.
Quais Exames Detectam o Câncer de Próstata?
Para investigar os sinais e sintomas do câncer de próstata e determinar a presença da doença, são realizados inicialmente dois exames principais:
Exame de Toque Retal: neste procedimento, o médico examina o tamanho, a forma e a textura da próstata, inserindo um dedo protegido por uma luva lubrificada no reto do paciente. Este exame permite avaliar diretamente as áreas posterior e lateral da próstata.
Exame de PSA: trata-se de um exame de sangue que mede os níveis de uma proteína específica produzida pela próstata, chamada Antígeno Prostático Específico (PSA). Níveis elevados de PSA podem indicar câncer, mas também podem estar relacionados a condições benignas da próstata.
Se os resultados do toque retal e do PSA indicarem alterações suspeitas, uma biópsia da próstata pode ser solicitada. Esse exame é realizado por via transretal ou transperineal, com o auxílio de ultrassonografia e/ou ressonância magnética para maior precisão.
A decisão de realizar a biópsia leva em conta tanto o exame físico quanto os níveis de PSA e qualquer alteração suspeita detectada na ressonância magnética.
Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Próstata
O diagnóstico do câncer de próstata é confirmado por meio de uma biópsia prostática, realizada por via transretal ou transperineal e guiada por ultrassonografia e/ou ressonância magnética (RNM). A necessidade de biópsia é indicada com base nos resultados do exame de toque retal, nos níveis de PSA e em achados suspeitos na ressonância.
Opções de Tratamento
O tratamento do câncer de próstata varia de acordo com o estágio da doença:
Doença Localizada: quando o câncer está confinado à próstata, pode ser tratado com cirurgia, radioterapia ou, em alguns casos, observação vigilante, onde o progresso da doença é monitorado sem intervenção imediata.
Doença Localmente Avançada: em casos em que o tumor está mais avançado, mas ainda não se espalhou, uma combinação de radioterapia e tratamento hormonal, ou cirurgia, pode ser recomendada.
Doença Metastática: se o câncer já se espalhou para outras partes do corpo, o tratamento hormonal é a principal abordagem para controlar o avanço da doença.
A escolha do tratamento é personalizada e definida após discussão entre médico e paciente, levando em consideração os riscos e benefícios de cada opção.
Acompanhamento Após o Tratamento
Após o tratamento inicial, seja cirurgia ou radioterapia, é necessário monitorar regularmente os níveis de PSA a cada 3 a 6 meses. Esse acompanhamento ajuda a detectar possíveis recidivas precocemente e a adaptar o tratamento conforme necessário.
Exames Preventivos para Homens Sem Sintomas
A realização de exames de rotina para homens assintomáticos gera debates na comunidade médica. Alguns especialistas são favoráveis aos exames de rotina, pois permitem identificar a doença em estágio inicial, aumentando as chances de sucesso no tratamento. Outros alertam para os possíveis riscos, como a ansiedade causada por resultados falsos-positivos, a necessidade de exames adicionais e o tratamento de casos que talvez não evoluíssem para um estágio perigoso.
As consequências do tratamento também podem incluir efeitos colaterais, como impotência sexual e incontinência urinária, que impactam a qualidade de vida do paciente.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendam o rastreamento populacional para o câncer de próstata, ou seja, não indicam exames de rotina para homens sem sintomas. É importante conhecer os prós e contras desses exames e conversar com um profissional de saúde para tomar uma decisão informada.
Tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Todas as modalidades de tratamento para o câncer de próstata, incluindo cirurgia, radioterapia e tratamento hormonal, estão disponíveis de forma integral e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cada caso é avaliado individualmente, permitindo que o tratamento seja ajustado às necessidades e condições específicas de cada paciente.
Cuidar da Saúde é um Ato de Coragem e Amor
Em Refúgio Brasil, acreditamos que cuidar da saúde não é apenas uma responsabilidade individual, mas uma demonstração de amor e cuidado com as pessoas que nos rodeiam. Para os refugiados e migrantes que enfrentam tantos desafios, a saúde muitas vezes passa para segundo plano. Queremos reforçar que estar atento à própria saúde é também uma maneira de construir um futuro melhor e mais seguro.
Lembrem-se: prevenção é sempre o melhor caminho. Novembro Azul é mais do que uma campanha; é um convite para que todos, sem distinção de origem ou história, possam priorizar o bem-estar. Compartilhem essa mensagem e ajudem a construir uma rede de apoio e cuidado. Juntos, somos mais fortes na luta contra o câncer de próstata.
REFERENCIAS:
SECRETARIA DA SAÚDE PARANÁ - https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Cancer-de-prostata#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20c%C3%A2ncer%20de,depois%20do%20c%C3%A2ncer%20de%20pele.
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